Ansiedade: sinais, sintomas e tratamentos atuais
O Brasil lidera o ranking mundial de transtornos de ansiedade, com 9,3% da população afetada, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2019. Esse cenário impacta especialmente mulheres e idosos, que enfrentam desafios únicos relacionados à saúde mental.
A ansiedade é uma resposta natural do corpo ao estresse, porém, quando se torna constante e desproporcional, pode indicar um transtorno de ansiedade. Sintomas comuns incluem preocupação excessiva, irritabilidade, tensão muscular e distúrbios do sono.
Esta é uma condição que atinge todas idades, sendo fundamental reconhecer os sinais de ansiedade e buscar ajuda profissional. A ansiedade é uma condição tratável, e o suporte adequado pode transformar a vida de quem a enfrenta.
Doenças crônicas e sua relação com a ansiedade
Pesquisas indicam que pessoas com doenças crônicas têm até o dobro de risco de desenvolver transtornos de ansiedade em comparação com a população geral, a relação entre doenças crônicas e ansiedade é profunda e bidirecional.
Condições como diabetes, hipertensão, doenças autoimunes, dor crônica, doenças cardiovasculares e até doenças oftalmológicas de evolução lenta, como glaucoma ou degeneração macular, podem não apenas desencadear sintomas ansiosos, mas também intensificá-los com o passar do tempo. Isso ocorre porque o diagnóstico de uma doença de longa duração frequentemente vem acompanhado de incertezas, mudanças no estilo de vida, medos em relação ao futuro e limitações nas atividades rotineiras — fatores que impactam diretamente o bem-estar emocional.
Além disso, o próprio tratamento contínuo e as idas frequentes ao sistema de saúde podem gerar uma carga emocional significativa. Nesse cenário, o acompanhamento com um médico de família pode ser particularmente valioso, pois esse profissional está capacitado para enxergar o contexto de vida de cada pessoa, identificar sinais precoces de sofrimento emocional e articular o cuidado de forma contínua e acolhedora.
Estratégias eficazes no cuidado com a ansiedade
Lidar com a ansiedade exige mais do que simplesmente "acalmar os nervos" — envolve compreender os gatilhos, aceitar os sinais do corpo e desenvolver formas sustentáveis de enfrentamento. O cuidado com a saúde mental, nesse contexto, se constrói com base em múltiplas abordagens que, quando integradas, trazem resultados consistentes.
A rotina cumpre um papel regulador importante. Estabelecer horários previsíveis para dormir, se alimentar e realizar atividades cotidianas ajuda a transmitir ao cérebro uma sensação de segurança. Esse senso de previsibilidade atenua o estado de alerta constante típico dos transtornos ansiosos, melhorando tanto o sono quanto a disposição ao longo do dia.
A alimentação não deve ser negligenciada. O sistema nervoso central é sensível a oscilações glicêmicas, à falta de nutrientes e ao excesso de estimulantes como cafeína. Optar por refeições equilibradas, com presença de triptofano, ômega-3, magnésio e vitaminas do complexo B — todos nutrientes relacionados à regulação do humor — pode fazer diferença significativa.
Além disso, movimentar o corpo de forma regular, seja com caminhadas leves, seja com atividades mais intensas, estimula a liberação de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina. Esses compostos químicos naturais do bem-estar ajudam a aliviar a tensão acumulada, melhorar o humor e fortalecer a autoestima.
Essas estratégias não substituem o cuidado profissional, mas funcionam como pilares complementares que ampliam a eficácia do tratamento clínico. Quando aplicadas com constância e orientação, elas contribuem para restaurar o equilíbrio emocional e favorecer uma vida com mais leveza.
Quando procurar ajuda profissional
Se os sintomas de ansiedade interferem nas atividades diárias, nos relacionamentos ou na qualidade de vida, é fundamental buscar orientação especializada. Fadiga persistente, insônia, crises de choro ou sensação constante de ameaça são sinais de alerta que merecem atenção. Quanto mais precoce for a intervenção, maior a chance de recuperação com menos sofrimento.
Diversos profissionais estão habilitados a oferecer suporte nesse processo. Psicólogos utilizam a psicoterapia como ferramenta central para ajudar o paciente a compreender e ressignificar suas emoções. Psiquiatras, por sua vez, avaliam a necessidade de medicação e fazem o acompanhamento farmacológico, quando indicado. Já o médico de família atua de forma ampla e integrada, com escuta qualificada e acompanhamento longitudinal, sendo muitas vezes a porta de entrada ideal para o cuidado em saúde mental, além de poder coordenar o encaminhamento para outros especialistas, se necessário.
Embora desafiadora, a ansiedade pode ser tratada com eficácia, e o acompanhamento certo tem o potencial de transformar profundamente a qualidade de vida. Se você passa por esses sintomas ou conhece alguém que pode estar sofrendo com ansiedade, dê o primeiro passo em direção ao bem-estar, buscando ajuda profissional.